sábado, 20 de agosto de 2011

Texto de Leonardo Simões sobre o Festival NIterói de Esquetes 2011.

FESTIVAL NITERÓI DE ESQUETES 2011.
Análise crítica: Leonardo Simões.

Chegamos ao fim da quarta edição do Festival Niterói de Esquetes. A semana de 27 a 31 de julho de 2011 foi um marco do amadurecimento daquela proposta iniciada em 2008, e evidenciou o empenho do casal de produtores Fábio Fortes e Vivian Sobrino, auxiliados pela equipe que viabiliza a realização desse evento que já faz parte do cenário cultural da região.
Dos cerca de cento e cinqüenta trabalhos inscritos, foram selecionados 33 que se apresentaram de quarta a sábado, e foram reapresentados no domingo os 8 selecionados pelo Júri composto por Nara Keiserman, Colmar Diniz e Rubens Lima Jr.
Esse acréscimo de um quarto dia na fase eliminatória foi um dos pontos positivos desta edição, na medida em que reduziu o número de esquetes apresentados por noite, liberando mais tempo para os debates que ocorreram ao fim das apresentações. Ainda assim, o tempo disponibilizado pelo Teatro Municipal de Niterói (até 23h) foi curto para abrigar esses debates, que continuaram na cafeteria localizada na área externa, a fim de que se garantisse o mesmo espaço de discussão a todos os grupos participantes. Nos dois primeiros dias, esse momento de comentários e troca de experiências foi conduzido pelo diretor e professor Marcos Henrique Rego, que muito enriqueceu o Festival com suas observações, sempre elegantes mesmo quando agudas, conquistando um clima harmonioso que tentamos manter nos dois últimos dias, quando foi preciso substituí-lo nessa tarefa em função de outros compromissos que ele havia assumido previamente.
Nesse encerramento de cada noite, os grupos falavam sobre as propostas e o processo criativo de cada esquete, a partir das quais o condutor fazia seus comentários, com intervenções dos outros participantes, num intercâmbio muito interessante para todos. Vale registrar a importante contribuição do ator-diretor Eduardo Landin, com sua presença interessada e atenta em todos os debates, trazendo questões e comentários que alavancaram a dinâmica dessas discussões.
Nas análises que passarei a fazer de cada esquete, muitas dessas questões debatidas serão retomadas, inclusive pela importância do registro escrito; e podem surgir outras já que, em relação aos debates, a análise escrita talvez ganhe em aprofundamento o espaço que lhe falta em extensão.
As análises dos esquetes apresentados neste ano serão liberadas gradativamente, em função do intenso ritmo de trabalho. Antes disso, quero expor aqui um mea culpa em relação a alguns dos participantes das edições anteriores, cujas críticas ainda não me foi possível disponibilizar. Embora não tenha havido, por parte da organização do Festival, uma promessa quanto à crítica escrita para todos os esquetes, reforço meu empenho em preencher essa lacuna assim que seja possível. Ainda que se perca o frescor da análise, todas as observações estão devidamente rascunhadas, aguardando somente a oportunidade para uma redação final.
Quanto a esta 4ª edição, a fim de garantir a objetividade necessária à conclusão dessa tarefa em curto espaço de tempo, pretendo alternar os textos específicos com outros sobre aspectos gerais que se repetiram em várias análises dos esquetes apresentados. Trata-se de uma espécie de “andaime” com seus diversos patamares, nos quais poderei me apoiar fazendo referências posteriores, sem a necessidade de uma trabalhosa repetição no aprofundamento desses aspectos.
Exposta a metodologia, é preciso enfatizar que posiciono essas análises como a leitura de um espectador mais especializado, que procura decodificar os elementos que constituem cada esquete a partir do que foi percebido durante sua apresentação. Para tanto, servem como meras ferramentas as propostas que foram apresentadas por cada grupo na ficha de inscrição e, como complemento, alguns detalhes expostos nos debates dos quais pude participar. Sempre que possível, procurarei registrar também a reação da platéia ao fim de cada apresentação, como um elemento que pode reafirmar ou colocar em questão o texto crítico, numa dialética sempre fundamental à análise do fenômeno cênico.

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